Hoje no trem vindo para a UERJ (sim, estou aqui agora) percebi o quanto eu estava com saudades dessas viagens longas e chatas que eu tanto reclamo. Pude continuar a ler traquilamente o livro que a Ju me emprestou (O Amor nos Tempos do Cólera - Gabriel García Márquez, que é bárbaro), ri que nem uma louca sozinha, pois o livro é deveras engraçado (ainda bem que o trem estava vazio e poucos presenciaram esse meu momento insano), comprei bala a preço de banana, enfim, coisas que só uma longa viagem de trem pode te proporcionar. Aquele balanço, aquele remelexo que te remete à infância quando ainda era ninado para dormir... Ah, eu amo andar de trem. Trem é o melhor transporte público do mundo.
(É claro que eu estou dizendo isso de acordo com a viagem que fiz para vir em um horário fora de pico. É claro que vou xingar o trem quando eu sair daqui na hora do rush...rs).
Sair da estação da Mangueira com chuva, ver aquele cenário feio e sujo, avistar de longe a UERJ, tão grande e bela, mesmo em meio a uma paisagem por demais urbanizada, mesmo com a sua cor cinza fria e dura. Lá estava ela, de pé, erguida como um monumento em homenagem a um herói de guerra, e foram tantas as guerras... E mesmo assim ela está lá, firme e forte.
Ao passar naquele semáforo onde todos avançam eu parei, aguardei pacientemente o verde piscar e brilhar para mim... E vi que eu estou tão feliz, estranhamente feliz. Feliz só de ter lido parte de uma história engraçada, feliz por ter comprado balas, feliz por ver a UERJ ali me esperando, feliz por ser estranha e não estar nem aí pra isso, feliz por estar com uma blusa azul, sapato xadrez marrom e guarda-chuva verde. Feliz por todas as contradições que existem em mim, mas que me fazem ser a Viviane que eu tanto amo e admiro.
É bom me ver de novo.